Deus existe?

DEUS EXISTE?

Deus, criador do mundo?

Este interrogar constante levará certamente a uma reflexão sobreDeus. No decorrer destas reflexões poderão surgir as seguintes perguntas:
ü  A razão permite-nos demonstrar a existência de Deus?
ü  Como conceber Deus – como um Ser fruto de um raciocínio filosófico e, portanto, abstracto ou como um Ser definido através de uma Revelação e portanto ligado a verdades de fé?
ü  Que relações deveremos ter nós com Deus?

A maior parte das escolas filosóficas considera a existência de Deus. Todavia esta noção de Deus criada pelo raciocínio tem pouco impacto em nós pois que ela é difícil de compreender pelo contraste com uma escala que nos ultrapassa – Deus é infinito ao contrário da matéria e do tempo que são finitos.
A ideia de Deus só ganha uma força invencível desde que seja acompanhada pela fé proveniente da Revelação. Em geral a fé é uma aderência profunda ao conteúdo dos textos sagrados, mas em certos casos Deus pode manifestar-se através de uma revelação íntima, ou através de manifestações exteriores – profecias e milagres.
Sendo o homem um ser que necessita de sinais, como a palavra e o gesto, para exprimir os seus estados de espírito, terá necessariamente que se relacionar com Deus através de sinais, que pertencem ao rito de cada religião.
Nos capítulos seguintes desenvolveremos estes tópicos com algum detalhe. No capítulo I  faremos a abordagem racional de Deus e mostraremos como a fé nos faz passar de um Deus demonstrado para um Deus revelado. Nos capítulos seguintes discutiremos a noção de Revelação e falaremos de profecias e milagres. Nos últimos capítulos analisaremos as relações do homem com Deus, ou seja como o homem se dirige a Deus.


A razão pode levar-nos até Deus?


O homem possui características o levam a procurar responder a estas questões: a curiosidade e a necessidade de explicar.


Curiosidade

Uma das características mais notáveis do ser humano é a curiosidade. A curiosidade do animal limita-se às suas necessidades directas. O homem interessa-se por tudo. Cada indivíduo tem um centro de curiosidade particular e esta extraordinária variedade de orientações revela no homem uma capacidade de se interessar verdadeiramente excepcional. Esta curiosidade torna-se particularmente evidente no cientista. Começando por .tentar compreender os fenómenos naturais dando-lhes explicações muito simples, procura em seguida através da investigação conseguir um conhecimento mais vasto e universal.


Necessidade de explicar

O homem procura integrar e compreender os fenómenos em função do que já sabe e associando-os a dados e explicações já conhecidos.
Um dos objectivos da ciência consiste em através de simplificações e generalizações sucessivas chegar a conceitos explicativos




O homem pode caminhar para Deus?


Um ponto aceite por todos é a inteligibilidade dos fenómenos biológicos. Sem este pressuposto, a ciência seria impossível. As citações de dois grandes sábios definem bem esta afirmação.

Pode-se dizer que o que há eternamente incompreensível no universo é o facto de este ser inteligível
Einstein

A grande maravilha do progresso da ciência é que ela nos revela uma certa concordância entre o nosso pensamento e as coisas e dá-nos uma certa possibilidade de apreender, com a ajuda dos recursos da nossa inteligência e as regras da nossa razão, as relações profundas existindo entre os fenómenos.
Louis de Broglie

Quando procuramos responder à primeira pergunta expressa no quadro de Gauguin – donde viemos? – surge-nos uma dificuldade. Podemos seguir a nossa arvore  genealógica, mas paramos sempre num ser que foi criado por outro, que não  tem a sua origem em si.



A hipótese Deus

A admissão de um Ser que criou o mundo e os seres que nele existem , de uma Causa Primeira a que geralmente se dá o nome de Deus, é uma explicação plausível.
Que valor podemos dar a esta explicação?
A razão poderá chegar à existência de Deus como verdade absoluta?
Colocadas perante Deus, as pessoas tomam atitudes diferentes – concordância, negação, agnosticismo militante, indiferença, indecisão.
Porquê tantas atitudes diferentes?
Porque surgem duas dificuldades insuperáveis.
Em primeiro lugar, para raciocinar Deus, é preciso ter no espírito uma certa noção de Deus pois não podemos pôr em causa o que não conhecemos.

Uma outra dificuldade consiste na natureza das provas.
As provas de Deus são à posteriori – chega-se a Deus pelos seus efeitos. Todavia este raciocínio é muito diferente do utilizado nas demonstrações científicas pois que Deus fica sempre fora de toda a apreensão experimental.  Mais do que um facto demonstrado, Deus aparece como uma hipótese necessária, sem a qual tudo se torna absurdo.


O homem é obrigado a parar na hipótese Deus. Para ir mais longe “é preciso ter fé”. Sem fé surgirá a dúvida.
















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